Terça, 15 de Julho de 2025
O desembargador Ivo de Almeida, afastado de suas funções no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foi formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação foi protocolada no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A denúncia abrange crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e associação criminosa, todos relacionados a um suposto esquema de comercialização de decisões judiciais.
Além do desembargador, outras quatro pessoas foram incluídas na denúncia da PGR, entre elas o filho do magistrado. Conforme a peça acusatória, o filho era sócio de uma incorporadora que teria sido criada com o objetivo de dissimular a origem ilícita dos valores repassados ao pai.
Em junho do ano passado, Ivo de Almeida foi o principal alvo da Operação Churrascada, conduzida pela Polícia Federal (PF). A investigação apura o funcionamento do esquema de venda de sentenças.
Durante a operação, os agentes federais localizaram um depósito no valor de 641 mil reais feito para a empresa controlada pelo filho do desembargador. De acordo com a PF, o montante teria origem em propina.
Em nota oficial, o advogado Átila Machado, responsável pela defesa do desembargador, classificou a denúncia como um “rematado absurdo”.
“Temos como prova cabal da inexistência de tais condutas o próprio rol de testemunhas que o MPF indicou: ninguém relacionado aos fatos imputados, apenas policiais federais que conduziram uma investigação absolutamente tendenciosa e que nunca presenciaram – até porque nunca existiram – tais fatos”, afirmou a defesa.